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Ideias Inoportunas

Ronaldo Castro de Lima Júnior

R$30.00R$25.50

Ideias muito oportunas

À VENDA NA AMAZON

Formato e-book

“Os ideólogos são terríveis simplificadores. A ideologia faz com que as pessoas deixem de enfrentar problemas específicos, e de examiná-los à luz dos méritos individuais. As respostas estão prontas, e são aceitas sem reflexão; e quando as crenças são apoiadas pelo fervor apocalíptico, as ideias se transformam em armas, com resultados desastrosos”. (Daniel Bell, O Fim da Ideologia)

“Tradição não é o culto às cinzas, mas a preservação do fogo”, disse certa vez Gustav Mahler. O homem sensato, portanto, é aquele que, sem desvalorizar as conquistas do presente, luta para preservar aquilo que, pertencendo ao passado, permanece vivo e significativo. Essa tentativa de conciliar polos antagônicos é representada de maneira exemplar através do Yin e yang, tradicional símbolo do taoismo. A rigor, como Buda e Aristóteles nos ensinaram, a virtude está no meio — in medio stat virtus. Com efeito, ninguém é completamente conservador nem completamente progressista. Se, por um lado, não podemos negar as enormes conquistas da ciência nos últimos cem anos, por outro, seria algo psicopatológico se ficássemos indiferentes ao exponencial aumento dos casos de estupros e de suicídios nas últimas cinco décadas. Como tão bem percebeu Johan Huizinga, em As sombras do amanhã, nossa época é marcada por um forte declínio antropológico e cultural e por uma acentuada ascensão das tecnologias. E é precisamente a respeito dessa inegável degradação no âmbito da cultura, dos costumes e das relações sociais que Ronaldo Castro discorrerá neste livro que o leitor ora tem em mãos.

Detentor de vasta erudição e estudioso contumaz da geopolítica contemporânea e da mentalidade revolucionária, Castro, ao longo dos dezessete artigos que compõem esta obra, aponta, com grande precisão, as feridas de nossa época: do desprezo à metafísica à revolução cultural; do totalitarismo islâmico ao criptonazismo do guru de Vladimir Putin; da cleptocracia petista à doutrinação gramsciana nas universidades brasileiras; do culto à subarte luciferina à erotização prematura das crianças. Assim sendo, partindo sempre de fatos documentados e concretos, Ronaldo demonstra que “o controle de nossas vidas espirituais está na pauta de toda uma engenharia social”, engenharia essa que, dentre outras coisas, pretende destruir os principais fundamentos da cultura do Ocidente, pois “a Igreja Católica e toda tradição sapiencial passou a sofrer um processo de desqualificação e desmoralização que persiste até hoje”.

No romance Os Irmãos Karamázov, o escritor russo Fiódor Dostoiévski chega à conclusão de que “se Deus não existisse, tudo seria permitido”, do assassinato ao canibalismo. De maneira que há um vínculo bastante estreito entre religião e ética. É por isso que, como Ronaldo Castro observa de modo certeiro, “os valores éticos (...) são entraves ao progresso materialista”. Trata-se, portanto, de uma tentativa de substituir as tradições religiosas genuínas, tais como as abraâmicas, pelo que Eric Voegelin chamou de “religiões políticas”, que nada mais são do que ideologias nas quais os líderes políticos assumem uma dimensão pseudomessiânica.

Para além de uma análise muito acurada dos problemas inculturais do Brasil e do mundo, Ronaldo Castro também presta homenagens a Ângelo Monteiro, certamente o maior poeta vivo do Brasil, e a Bento XVI, Pontífice que, além de nos ensinar que “a cultura da Europa nasceu do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma, do encontro entre a fé no Deus de Israel, a razão filosófica dos gregos e o pensamento jurídico de Roma” (Viagem Apostólica à Alemanha, 22-25 de setembro de 2011), ensinou-nos também que “a verdadeira caridade, expressão máxima do amor, se realiza na própria vida, na doação de si para o próximo”, como tão bem notou Ronaldo.

Last but not least, é preciso dizer que a publicação deste livro é um ato de caritas para com os defensores da liberdade, pois as ideias de Ronaldo são inoportunas tão somente para os integrantes da polícia do pensamento e para os defensores da novilíngua e da cultura woke.

Bernardo Souto,

13 de fevereiro de 2025.